sexta-feira, 22 de março de 2019

Esboço - Fé Prática - Francis Müller





"Respondeu-lhe o Senhor: Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar; e ela vos obedecerá" (Lc 17.6).

Esse grão de semente extremamente pequeno, que quase não pode ser visto a olho nu, no espaço de um ano se transforma num grande arbusto, numa pequena árvore com galhos de cerca de 2,5 a 3 metros. Portanto, como são diminutos os pré-requisitos para um resultado tão grande num minúsculo grão de semente, onde aparentemente nada existia.

No entanto, justamente estas condições mínimas são um exemplo que o Senhor usa para ilustrar uma fé que é suficiente para remover montanhas! Essa "fé como um grão de mostarda" A fé aqui, não é tratada pelo seu tamanho, se a fé é pequena ou grande, mas Jesus quer trazer a revelação de uma fé prática. Uma fé que assim como a semente, passa por processos práticos até se tornar aquilo a qual foi criada para ser.

Jesus não está interessado em falar de uma fé pequena ou grande, para Ele o que vale não é o tamanho da fé, mas o quanto esta fé é aplicada. Por isso quero pensar sobre as etapas práticas da nossa fé, e em primeiro lugar:


Jesus nos chama ao entendimento que nossa fé, assim como uma semente precisa: Ser plantada. 

É necessário plantar. Achar o melhor lugar, preparar o terreno e plantar a nossa fé. É necessário olhar para o melhor terreno e praticar a sua fé. É necessário, sair do seu lugar, ser como a mulher do fluxo de sangue, que num ato de fé disse que se tocasse as orlas do vestido de Jesus seria curada, e foi ao encontro dele, tocou e ficou sã.

Para plantar é necessário sair do lugar. Procurar o melhor lugar, preparar o terreno, abrir os buracos e plantar. Nossa fé precisa sair do papel. 

Conta-se que uma cidadezinha do interior sofria com uma grave seca que já durava vários meses. Os moradores já sofriam com a estiagem e já haviam pessoas que começavam a passar necessidades graves. Tudo faltava: Alimento, água, dinheiro…

Foi então que um grupo de crentes de uma igreja combinaram de fazer uma reunião de oração especial para pedir que Deus enviasse a chuva tão necessária naquele momento.

No dia combinado, todos iam chegando e se acomodando na igreja, aguardando que o pastor iniciasse aquele momento especial de clamor.

Num determinado momento, uma menina chama todas as atenções, quando entra na igreja de guarda-chuva à tira-colo, capa de chuva e bota de borracha.

Houve quem quisesse rir, mas logo a “ficha caiu”:

Eles estavam diante da mais genuína demonstração de fé daquela criança; demonstração essa que não se viu em nenhum dos adultos crentes ali reunidos.

Em segundo lugar, nossa fé precisa ser regada: Oração.

Então Jesus contou aos seus discípulos uma parábola, para mostrar-lhes que eles deviam orar sempre e nunca desanimar.
Ele disse: "Em certa cidade havia um juiz que não temia a Deus nem se importava com os homens.
E havia naquela cidade uma viúva que se dirigia continuamente a ele, suplicando-lhe: ‘Faze-me justiça contra o meu adversário’.
"Por algum tempo ele se recusou. Mas finalmente disse a si mesmo: ‘Embora eu não tema a Deus e nem me importe com os homens,
esta viúva está me aborrecendo; vou fazer-lhe justiça para que ela não venha me importunar’ ".
E o Senhor continuou: "Ouçam o que diz o juiz injusto.
Acaso Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele dia e noite? Continuará fazendo-os esperar?
Eu lhes digo: ele lhes fará justiça, e depressa. Contudo, quando o Filho do homem vier, encontrará fé na terra? " Lucas 18:1-8

Nossa fé precisa ser regada por oração. Deus nos chama a perseverar em oração.

Os discípulos não pediram para Jesus ensinar como curar os enfermos, como expulsar demônios, como ressuscitar mortos, mas pediram pra Jesus os ensinarem a orar (LC 11:1).
 
Nossas orações chegam como cheiro agradável a Deus, e é Ele quem dá o crescimento. Precisamos insistir em orar. Bater até ser aberto. Precisamos entender o valor de uma oração e o quanto ela pode produzir nas nossas vidas e através de nós.

Há uma história que diz que uma pobre mulher morava em uma humilde casa com sua neta, que estava muito doente.

Como não tinha dinheiro para levá-la a um médico e, vendo que, apesar de seus muitos cuidados, a pobre menina piorava a cada dia, com muita dor no coração, resolveu deixá-la sozinha e ir à pé até a cidade mais próxima, em busca de ajuda. No único hospital público da região, foi-lhe dito que os médicos não poderiam se deslocar até sua casa; ela teria que trazer a menina para ser examinada.

Desesperada, por saber que sua neta não conseguiria sequer levantar-se da cama, ao passar em frente a uma igreja resolveu entrar. Algumas senhoras estavam ajoelhadas fazendo suas orações. Ela também se ajoelhou. Ouviu as orações daquelas mulheres e quando teve oportunidade, também levantou sua voz e disse:

“Olá, Deus, sou eu, a Maria. Olha, a minha neta está muito doente. Eu gostaria que o Senhor fosse lá curá-la. Por favor! Anote aí, Deus, o endereço. ”

As demais senhoras estranharam o jeito daquela oração, mas continuaram ouvindo.

“É muito fácil, é só o Senhor seguir o caminho das pedras e, quando passar o rio com a ponte, o Senhor entra na segunda estradinha de barro. Passa a vendinha. A minha casa é o último barraquinho daquela ruazinha. ”

As senhoras que tudo acompanhavam esforçavam-se para não rir.

Ela continuou: “Olha Deus, a porta está trancada, mas a chave fica embaixo do tapetinho vermelho na entrada. Por favor, Senhor, cure a minha netinha. Obrigado. ” E quando todas achavam que já tinha acabado, ela complementou: “Ah! Senhor, por favor, não se esqueça de colocar a chave de novo embaixo do tapetinho vermelho, senão eu não consigo entrar em casa. Muito obrigado, obrigado mesmo. ”

Depois que a Dona Maria foi embora, as demais senhoras soltaram o riso e ficaram comentando como é triste descobrir que as pessoas não sabem nem orar.

Mas, Dona Maria, ao chegar em casa não pode se conter de tanta alegria, ao ver a menina sentada no chão, brincando com suas bonecas.

“Menina, você já está de pé?!?”

E a menina, olhando carinhosamente para a avó, disse: “Um médico esteve aqui, vovó. Deu-me um beijo na testa e disse que eu ia ficar boa. E eu fiquei boa. Ela era tão bonito, vó! Sua roupa era tão branquinha que parecia até que brilhava. Ah! Ele mandou lhe dizer que foi fácil achar a nossa casa e que ele ia deixar a chave debaixo do tapetinho vermelho, do jeitinho que você pediu.”

Ore, faça sua parte e deixe Deus dar o crescimento.


Por fim, nossa fé precisa ser aparada: Aparar as arestas do nosso caráter.

Após plantar, regar é necessário está sempre limpando ao redor, tirando as ervas daninhas, aparando as arestas que surgirem. Assim também é conosco. Antes de Deus nos dar algo ele precisa e vai tratar quem somos. Vai tratar nosso caráter.

Deus nunca nos dará algo sem que estejamos preparados para receber. Assim como um Pai não dá a chave de um carro na mão de uma criança de 5 anos, antes espera a mesma fazer 18 anos, passar pela auto escola e assim lhe dá a chave, assim também Deus não nos dá nada sem que estejamos preparados para receber.

José tinha promessas para sua vida, plantou sua fé, regou, mas teve que aparar as arestas do orgulho, para se tornar o líder que Deus tinha o chamado pra ser.

Abraão tinha promessa de ser pai de multidões, mas teve que aparar as arestas das mentiras (uma vez disse que sua mulher era sua irmã), teve que aparar as arestas da ansiedade até se tornar o Pai da Fé.

Que neste dia, você decida por sua fé em prática, plantando-a, regando-a com suas orações e deixando Deus aparar as arestas do seu caráter.

Que Deus te abençoe!

Francis Müller F. Romim

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