O profeta Isaías, de forma eloquente, registra sua oração pela restauração de Jerusalém: “Sobre os teus muros, ó Jerusalém, pus guardas, que todo o dia e toda a noite jamais se calarão; vós, os que fareis lembrado o Senhor, não descanseis, nem deis a ele descanso até que restabeleça Jerusalém e a ponha por objeto de louvor na terra” (Is 62.6,7). Essa é, também, uma oração pela restauração da igreja. Vejamos:
Em primeiro lugar, é uma oração vigilante (Is 62.6). Aqueles
que oram são como guardas sobre os muros, de olhos atentos aos perigos
que ameaçam a igreja e prontos a conclamar o povo de Deus à batalha.
Orar é entrar numa renhida peleja. Lutamos pela igreja. Nessa luta não
podemos dormir nem ficar desatentos. Precisamos de permanente
vigilância. A vida cristã não é uma ilha paradisíaca, mas um campo de
guerra.
Em segundo lugar, é uma oração perseverante (Is 62.6). Somos
como os guardas que todo o dia e toda a noite jamais se calam. Não
podemos esmorecer. Não podemos desanimar. Os intercessores devem fazer
soar sua voz perseverantemente. Só aqueles que perseveram na oração veem
os grandes livramentos de Deus. Só aqueles que mantêm a chama acesa da
intercessão, contemplam a plena restauração da igreja.
Em terceiro lugar, é uma oração fundamentada nas promessas de Deus (Is 62.6). O
intercessor é alguém que lembra a Deus o que ele prometeu. Não oramos
buscando a satisfação de nossos caprichos, nem mesmo a consecução de
nossa vontade. Oramos estribados nas promessas de Deus. Ele vela pela
sua palavra em a cumprir. Nenhuma de suas promessas cai por terra.
Devemos orar a palavra e nos agarrar nas promessas. Orar as promessas de
Deus é ter a convicção de que nossa oração está alinhada com a vontade
de Deus.
Em quarto lugar, é uma oração infatigável (Is 62.6). Aqueles
que oram pela restauração da igreja não podem se render ao cansaço.
Oração é guerra. É batalha. Produz fadiga e esgotamento. Mas aqueles que
anseiam ver a restauração da igreja não podem afrouxar as mãos, não
podem descansar nem ensarilhar as armas. É preciso vigor para
prosseguir. É preciso tenacidade para não retroceder. É preciso
disposição para não se acomodar.
Em quinto lugar, é uma oração importuna (Is 62.7). Os
intercessores não podem dar a Deus descanso. Precisam pedir, buscar e
bater constantemente à porta da graça. Nossa oração precisa ter esse
senso de urgência. Precisa ser importuna. Precisa insistir com Deus e
continuar insistindo. Muito embora a mão de Deus não esteja encolhida
nem seus ouvidos fechados ao nosso clamor, nós precisamos lembrar a Deus
suas promessas e não dar descanso a Deus com nossos rogos. Essa é a
oração que agrada a Deus e abençoa a igreja.
Em sexto lugar, é uma oração objetiva (Is 62.7). Esta
oração tem um propósito definido e não cessa até que a resposta chegue.
A expressão “até que…” deve nos ensinar a não desistir da oração porque
a resposta ainda não chegou. Se Deus parece demorar não é porque ele
desistiu de nós, mas é porque ele age no seu tempo, para o louvor de sua
glória, para nos dar coisas maiores do que planejamos. Seus caminhos
são mais altos do que os nossos e seus pensamentos mais elevados do que
os nossos.
Em sétimo lugar, é uma oração por restauração (Is 62.7). A
oração erguida aos céus não é por coisas materiais, mas por restauração
espiritual. É um pedido para que Deus restabeleça Jerusalém e a coloque
por objeto de louvor na terra. Precisamos, de igual forma, orar pela
restauração da igreja. Não raro ela tem perdido o vigor do seu
testemunho e sido motivo de zombaria no mundo. Nosso clamor deve ser
pela restauração da igreja, a fim de que ela seja um luzeiro a brilhar e
um instrumento poderoso nas mãos do Senhor para trazer glória para o
nome de Deus no céu, salvação para os pecadores na terra.
Rev. Hernandes Dias Lopes
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