"Agora, porém", declara o
Senhor, "voltem-se para mim de todo o coração, com jejum, lamento e
pranto.” Joel 2:12.
O Senhor nos convida a voltar-se para
Ele, mas isso não é algo superficial. Vivemos hoje algo muito raso com o Pai,
achamos que participar de uma organização religiosa, ir a conferências,
participar de cultos de orações é o bastante, mas, saiba que isso não é o
bastante, Deus procura compromisso e verdade em nós. Procura ânsia para está
com Ele, desejo por mais.
Quando leio esse texto penso em Deus
querendo que voltemos para Ele, mas com sinceridade em nosso coração, por isso
ele cita de todo coração, e ainda dá-nos dicas de coisas que mostre essa
sinceridade: Jejum, Lamento e Pranto.
No texto anterior tratamos de Jejum,
hoje quero falar sobre lamento.
Lamentar no dicionário é a expressão
de pesar, de mágoa em face do infortúnio, queixa, gemido.
Creio que voltar-se pra Deus requer um gemido de
sinceridade.
O lamento expõe quem nós somos, atraí a atenção de Deus
pela sinceridade e pela exposição. Em Êxodo 2: 24 Deus ouviu o lamento do Povo
e se lembrou da aliança com seus antepassados: “Ouviu Deus o
lamento do povo e lembrou-se da Aliança que fizera com Abraão, Isaque e Jacó.”.
Não é que Deus tenha prazer em nos ver
lamentando, pranteando, mas Deus tem prazer em nos ver dependentes. Quando
estamos em estado de lamentação, reconhecemos que somos pó, e lembramo-nos de
quem Deus é, Soberano, Rei dos Reis, Senhor dos Senhores, Dono de todas as
coisas.
Miqueias (MQ 1:8) , Jeremias (JR 4:8), Davi (SL 30:11) e tantos outros
falaram sobre lamento, lamentaram sobre as situações que passaram nas suas
vidas e principalmente pelo povo. Deus quer levantar uma geração que faça o
mesmo, que levante um lamento pela corrupção do mundo, pelo afastamento da
igreja atual, pela miséria das nações, por povos, línguas e raças, mas
principalmente lamento pela falta de Deus.
Não que Deus queira um povo de murmuração,
entenda murmurar é diferente de lamentar. Murmurar é resmungar, reclamar,
lamentar é gemer por algo.
O lamento provoca inquietação, provoca inconformidade
e esta gera mudanças, principalmente arrependimento.
O lamento produz um tipo de oração que
excede nosso entendimento. Quem nunca esteve em um momento tão profundo de
lamento com Deus que sua voz não saiu, sentiu-se como em Romanos 8: 26 e 27
como se o próprio Espírito intercedesse por nós com
gemidos inexprimíveis.
O lamento provoca um olhar diferente de Deus, e Deus que
é um Deus de alegria não consegue olhar para nós por muito tempo em lamentação,
por isso logo Ele derrama sobre nós um de seus maiores atributos: A
misericórdia.
“A benignidade do Senhor jamais acaba, as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade.” Lamentações 3:22-23.
Sobre as misericórdias do Senhor diz também o profeta Isaías: “Ó Senhor, tem misericórdia de nós; por ti temos esperado. Sê tu o nosso braço cada manhã, como também a nossa salvação no tempo da tribulação.” Isaías 33:2.
Para encerrar, Davi nos Salmos 30, fala da ação de Deus
sobre Ele, ação provocada pela sinceridade do lamento de Davi: “Mudaste o meu pranto em dança, a minha veste de
lamento em veste de alegria, para que o meu coração cante louvores a ti e não
se cale. Senhor, meu Deus, eu te darei graças para sempre”.
Davi é um grande exemplo, sua sinceridade fez com que seu lamento fosse mudado por Deus em alegria. E é este o desejo do Pai, transformar seu lamento em alegria, portanto, se rasgue perante a Ele, pois, ele ama a sinceridade do seu coração.
Que Deus te abençoe!
Francis Müller
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