segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Você está cheio do Espirito Santo? - Hernandes Dias Lopes


“E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Ef. 5.18).

O texto em apreço apresenta dois imperativos: um negativo, outro positivo. O negativo proíbe o cristão de se embriagar com vinho; o positivo ordena-o a ser cheio do Espírito. A embriaguez produz dissolução; a plenitude do Espírito desemboca em virtudes cristãs. Tanto a embriaguez como a falta de plenitude do Espírito estão em desacordo com a vontade expressa de Deus.
Vamos, agora, considerar essas duas ordens:
Em primeiro lugar, não vos embriagueis com vinho (Ef. 5.18a). A embriaguez é render-se ao domínio do álcool. É ser dominado pelo poder etílico. É perder o autocontrole. É entregar-se à dissolução. O efeito da embriaguez é a vergonha e o opróbrio. Seus resultados são a destruição da honra e a promoção da pobreza. A embriaguez tem sido a causa das maiores tragédias sociais. É responsável por mais de cinquenta por cento dos acidentes e dos assassinatos. Muitos casamentos têm sido destruídos por causa do alcoolismo. Muitas famílias têm sido arruinadas por esse vício maldito. A embriaguez semeia lágrimas, dor e morte. Aqueles que se entregam à embriaguez perdem seu nome, sua família e sua alma. Os bêbados não herdarão o reino de Deus.
Em segundo lugar, enchei-vos do Espírito (Ef. 5.18b). Depois de dar a ordem negativa, o apóstolo Paulo mostra o imperativo positivo. Não basta deixar de fazer o que é errado; é preciso fazer o que é certo. Não basta deixar de ser dominado pelo vinho; é preciso ser governado pelo Espírito. A ordem divina encerra algumas lições:
Ser cheio do Espírito é um mandamento. Isso significa que um cristão sem a plenitude do Espírito está pecando contra Deus tanto quanto um cristão que se embriaga. Ser cheio do Espírito não é uma opção; é uma ordenança. Não ser cheio do Espírito não  é apenas um pequeno descuido. É um pecado de desobediência frontal à uma ordem expressa de Deus.
Ser cheio do Espírito é uma experiência contínua. O verbo “enchei-vos” está no presente contínuo na língua grega, o que significa que a plenitude do Espírito deve ser uma experiência permanente. A plenitude de ontem não serve para hoje. Todo dia é tempo de ser cheio do Espírito. Essa é uma experiência contínua e progressiva. As vitórias de ontem não são suficientes para hoje. Hoje é tempo de andar com Deus e ser cheio do Espírito Santo.
Ser cheio do Espírito é uma ordenança para todos os cristãos. A ordem está no plural. Líderes e liderados, grandes e pequenos, velhos e jovens, ricos e pobres, doutores e analfabetos precisam ser cheios do Espírito Santo. Nenhum cristão está dispensado dessa experiência. Essa é a vontade expressa de Deus para todo o seu povo, em todo lugar, em todo tempo.
Ser cheio do Espírito é obra de Deus e não desempenho humano. O verbo “enchei-vos” está na voz passiva. Isso significa que nós não produzimos a plenitude do Espírito; recebemo-la. Não é fruto do esforço humano; é resultado da graça divina. Na medida que nos despojamos de nossas paixões e desejos e nos rendemos ao senhorio de Cristo, somos cheios do Espírito. Enquanto temos vasilhas vazias, o azeite não para de jorrar.
Ser cheio do Espírito produz resultados benditos. Em Efésios 5.19-21, Paulo cita quatro resultados da plenitude do Espírito: comunhão, adoração, gratidão e submissão. A plenitude do Espírito corrige nosso relacionamento com Deus, com o próximo e com nós mesmos. Eis a questão: Você está cheio do Espírito Santo? Há evidências dessa plenitude em suas palavras, ações e relacionamentos? A ordem é oportuna: “Não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito”.

Texto de: Rev. Hernandes Dias Lopes

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Os filhos não deixarão o fogo apagar


O fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará. Levítico 6:13


Estava pensando um pouco nesse texto, e olhando por uma ótica diferente. O desejo de Deus é que o fogo arda continuamente, dia após dia, que não se apague o fogo do nosso altar, mas qual o nosso desejo de ter esse altar queimando? 

Nós somos a peça fundamental para manter o fogo aceso. O fogo só continuará quando nós o alimentarmos. Mas existe uma forma interessante de pensar nessa passagem, da qual Deus tem ministrado em meu coração.

Queria parar para pensar com vocês em dois pontos: Qual a ótica de fogo aceso para um filho, e qual a ótica de fogo aceso para um servo?

A bíblia nos diz que somos filhos de Deus: Vejam como é grande o amor que o Pai nos concedeu: sermos chamados filhos de Deus, o que de fato somos! Por isso o mundo não nos conhece, porque não o conheceu. 1 João 3:1, portanto nossa identidade é firmada na nossa filiação. Somos filhos de Deus através da sua graça, manifesta de forma especial na Cruz.

O filho tem a necessidade de manter o fogo aceso, pois ele é participante dos benefícios do fogo. O filho é interessado em manter a chama queimando, pois ele encontra-se perto, ele desfruta do calor do fogo, da iluminação que este mesmo traz e etc.

O servo não desfruta do benefício, ele mantém acesso pelo simples fato de obedecer a uma ordem do seu Senhor. Quando só fazemos algo em obediência, chega um momento que isso vai nos cansando, desanimando, e o pior, vai se perdendo a vontade e o desejo de cumprir essa tarefa. 

O altar é nossa vida. Quando entendemos que somos filhos de Deus, queremos manter o fogo aceso, pois ele é o próprio agir de Deus em nós, a manifestação viva do Espírito Santo, e não fazemos isso por obrigação, mas pelo desejo de estar com o nosso Pai. 

Desejamos ter nossa vida queimando, pois o Consolador, aquele que foi enviado por Deus para estar conosco é quem queima em nós. Por isso queremos ter o DNA do nosso Pai, aquele que tem os olhos como de fogo, aquele que faz fogo cair do céu, é o mesmo que quer queimar continuamente em nós.
Somos feitos para queimar. Somos tochas vivas. Nosso altar precisa estar incendiado. Mas pra isso, precisamos adquirir a visão de filhos amados, aqueles que desfrutarão dos benefícios do fogo.

Que você seja um altar queimando diariamente na presença de Deus, eu profetizo sobre você um fogo incansável queimando todos os dias, você será um altar como o de Elias, onde até a água é lambida pelo fogo divino.

Então Elias disse a todo o povo: "Aproximem-se de mim". O povo aproximou-se, e Elias reparou o altar do Senhor, que estava em ruínas.
Depois apanhou doze pedras, uma para cada tribo dos descendentes de Jacó, a quem a palavra do Senhor tinha sido dirigida, e disse: "Seu nome será Israel".
Com as pedras construiu um altar em honra do nome do Senhor, e cavou ao redor do altar uma valeta com capacidade de duas medidas de semente.
Depois arrumou a lenha, cortou o novilho em pedaços e o pôs sobre a lenha. Então lhes disse: "Encham de água quatro jarras grandes e derramem-na sobre o holocausto e sobre a lenha".
“Façam-no novamente", disse, e eles o fizeram de novo. "Façam-no pela terceira vez", ordenou, e eles o fizeram pela terceira vez.
A água escorria do altar, chegando a encher a valeta.
À hora do sacrifício, o profeta Elias colocou-se à frente e orou: "Ó Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, que hoje fique conhecido que tu és Deus em Israel e que sou o teu servo e que fiz todas estas coisas por ordem tua.
Responde-me, ó Senhor, responde-me, para que este povo saiba que tu, ó Senhor, és Deus, e que fazes o coração deles voltar para ti".
Então o fogo do Senhor caiu e queimou completamente o holocausto, a lenha, as pedras e o chão, e também secou totalmente a água na valeta.
Quando o povo viu isso, todos caíram prostrados e gritaram: "O Senhor é Deus! O Senhor é Deus! "
1 Reis 18:30-39
  
Que Deus te abençoe!


Texto de: Francis Müller F. Romim

Revisado por: Lorena S. Mariano

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

A relação entre Intimidade com Deus e a Santidade - Ketlyn Viana



Há uma linha tênue entre ter um encontro e ter o encontro.

Toda e qualquer intimidade, seja com alguma coisa ou com alguém, é gerada através de encontros. Com Deus não poderia ser diferente.

Nós somos alcançados por Deus e pelo poder da sua glória, a qual nos encanta e nos atrai para o altar, para cruz, para a profundidade e peso e importância de seu sacrifício. Este é o primeiro encontro. Chegamos completamente destruídos e arruinados, intoxicados pelo mundo e seu veneno. Aproximamos-nos da cruz com um vazio incompreensível, com feridas visíveis e invisíveis, com gritos guardados na alma e, fascinados pela glória de Deus e por seu amor, nos derramamos aos pés da cruz. A finalidade do primeiro encontro está completa: estamos encantados, apaixonados, fascinados e atraídos pela glória de Deus, ou melhor, pelo Deus que tem toda glória. 

E é exatamente por isso que, na necessidade de provarmos ainda mais da sensação maravilhosa que a pessoa do Espírito Santo nos traz, nós corremos de encontro a Deus novamente. Jogamo-nos em Seus braços. Choramos e somos consolados, renovados. E para nós, já acostumados com a felicidade autodestrutiva que o mundo oferece, o aconchego dos braços do Pai é mais do que o suficiente. Passa segurança, passa conforto, passa amor. Mas aí é que está: a finalidade da glória não é encantar. E ouvimos em nosso coração uma verdade que nos esforçamos todos os dias para relembrar: “Porque os meus pensamentos não são como os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor” (Isaías 55:8). E Deus diz que há mais. Deus diz que sua glória e sua essência oferecem muito mais do que queremos. 

Então, ainda confusos sobre como Deus consegue ir além de todas as nossas expectativas emocionais, físicas e espirituais, entendemos, finalmente, o que Deus quer dizer: Ele nos ama tanto que nos aceita exatamente como somos, mas que esse mesmo amor não suporta nos ver como estamos – machucados, feridos, angustiados e vazios. E Deus manda sua glória novamente, mas dessa vez, não para nos encantar, mas para que ela cumpra seu destino final: TRANSFORMAR.

E agora, de encontro em encontro, DE GLÓRIA EM GLÓRIA somos transformados, porque é exatamente isso que se encontrar com Deus causa em nós: MUDANÇA.

Mas como não se deixar ser atraído pelos prazeres instantâneos do Reino das Trevas? Com o tempo passamos a descobrir que a transformação gerada em nós através do Espírito de Deus é maravilhosa, mas também dolorosa e cansativa, e que nem tudo vem na hora que queremos (na verdade, praticamente nada), mas que somos colocados diante de um enorme monstro e dádiva chamada paciência, que na    maioria das vezes a falta nos leva ao desespero e desesperança. E é aí que a santidade entra.

Quanto mais tempo permanecemos com Deus – através de sua palavra, jejuns, oração e também em comunhão com nossos irmãos, pois a eficácia do sangue de Cristo se mostra na maneira como nos relacionamos –, intimidade é criada. Mas essa intimidade cria em nós um amor tão profundo por Deus que sentimos a necessidade de nunca mais entristecê-lo com nossos pecados, com nossas atrações pelos prazeres instantâneos do mundo. E então Deus nos concede a SANTIDADE. Um caminho, uma ferramenta, um auxílio, cujo qual protege nosso coração e nos mantém cativos àquele que é Santo. 

A santidade então passa a fazer parte da nossa vida. Ela mantém nossa mente focada no caminho estreito que leva diretamente aos céus e nos guia para longe do pecado, o qual nos cega e nos impede de sermos sensíveis à voz do Espírito e ao seu toque, pois o pecado contamina todos os nossos sentidos, deixando-os paralisados, inúteis.  A santidade nos permite permanecer dentro das águas que fluem do trono de Deus, que todo tempo nos purificam e nos refrigeram, mantendo-nos distantes daquilo que deseja roubar nosso coração de Deus. 

A intimidade é gerada por encontros. A santidade vem como consequência desses encontros; porém, ela também nos prepara e nos capacita para O ENCONTRO, o verdadeiro, palpável e mais esperado dos encontros: a volta de Jesus. E eu termino essa interpretação citando Hebreus 12:14, que diz “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”.

Que Deus te abençoe!

Texto de: Ketlyn Viana

Revisado por: Lorena S. Mariano

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

A Cruz me inspira a prosseguir - Nayla Cintra



A cruz é uma das maiores expressões do amor de Deus, ela me inspira a prosseguir. Ela suscita esperança, pois todo labor e sacrifício de Cristo tem um propósito claro e definido, além disso, sei bem que, “Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito…” Isaías 53.11

Olhe para dentro do seu coração, o que você vê? Você consegue perceber o quanto é amado e quanto o Senhor tem desejado te dar uma vida plena d’Ele. Sabemos que neste mundo teremos aflições, mas Ele nos diz: Eu venci o mundo. Ele nos diz: Tende bom ânimo!


“Eu vos preveni sobre esses acontecimentos para que em mim tenhais paz. Neste mundo sofrereis tribulações; mas tende fé e coragem! Eu venci o mundo. ” João 16.33 King James

Mas você pode se perguntar: e quando eu tiver medo, como faço para ter essa vida plena? Há tantas histórias Bíblicas que podem nos inspirar em caminhar com coragem. Hoje, quero te lembrar da história de Esdras.

Esdras era escriba, podemos dizer que ele era especializado na lei de Moisés. Ele foi enviado pelo rei Ataxerxes a voltar para Jerusalém juntamente com muitos de seus conterrâneos, para uma vez mais prestarem culto ao Senhor. Ele tinha um coração disposto a buscar o Senhor, a cumprir e ensinar os mandamentos e o que a Bíblia repete várias vezes é que “a boa mão do Senhor estava com ele”.

“Porque Esdras tinha disposto o coração para buscar a lei do Senhor, e para a cumprir, e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juízos.” Esdras 7.10

Esdras era consciente de sua grande aventura e dos perigos que cercavam a sua viagem. Ele sabia que o caminho era longo e muitas tragédias poderiam acontecer. Então, vemos Esdras se posicionando diante dos seus sentimentos que de fato eram reais, ele apregoou um jejum ao Senhor.

“Então, ali perto do riacho de Aava, dei ordem para que tivesse um dia dedicado ao jejum. Todos nós deveríamos nos ajoelhar em sinal de humilhação e orarmos, suplicando a Deus que nos dirigisse nossa viagem, nos protegesse juntamente com nossos filhos e os bens que levávamos. ” Esdras 8.21 King James

É extremamente interessante que a Bíblia relata que Esdras teve vergonha de pedir uma escolta ao rei para os defenderem dos inimigos, pois ele já havia dito ao rei que a boa mão do Senhor é para o bem daqueles que O buscam e sua força contra aqueles que O abandonam (Esdras 8.22).

Deus se agrada quando nos colocamos nesse lugar de humildade e vulnerabilidade diante d’Ele. Ele não se chateia com o nosso medo. Mas se agrada da nossa confiança e quando demonstramos nossa dependência N’Ele.

Precisamos experimentar perseverança diante de nossos desafios. O caminho pode ser longo, mas temos uma voz no céu. Temos uma voz diante de Deus e Ele ama nos atender. Então, se você precisa de respostas quero de incentivar a ter um coração como o de Esdras, e com esse mesmo coração peça a liderança do Senhor. Certamente Ele nos ouvirá.

“Nós, pois, jejuamos e pedimos isto ao nosso Deus, e Ele nos atendeu.” Esdras 8.23


Escrito por: Nayla Cintra

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

O evangelho, a boa nova do céu à terra - Rev. Hernandes Dias Lopes



O evangelho é a maior e a melhor notícia que o mundo já ouviu. É a mensagem da salvação em Cristo Jesus. O evangelho é chamado nas Escrituras de diferentes formas. Abordaremos, aqui, três dessas formas.
Em primeiro lugar, o evangelho do reino (Mt 4.23). “Percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo”. Na agenda de Jesus, três atividades foram destacadas. Primeiro, Jesus ensinou nas sinagogas. Este lugar era o centro dos encontros dos judeus e gentios piedosos para orarem e estudarem a lei de Deus. Ali Jesus entrava para ensinar o evangelho do reino. Segundo, Jesus pregou o evangelho do reino. Pregou no campo e na cidade, no templo e nas sinagogas, nas ruas e nos lares. Jesus não pregou a corrente de pensamento dos rabinos de seu tempo nem sobre as expectativas messiânicas no povo, mas pregou o evangelho do reino. Terceiro, Jesus curou toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo. Jesus ensinava, pregava e curava. Atendia as necessidades do corpo e da alma. Tratava do homem no sentido pleno, aliviando suas dores, curando suas doenças e oferecendo-lhes sua graça salvadora. Assim como o evangelho do reino teve prioridade na agenda de Jesus, a igreja, também, deve comprometer-se a pregar este evangelho.
Em segundo lugar, o evangelho da paz (At 10.36). “Esta é a palavra que Deus enviou aos filhos de Israel, anunciando-lhes o evangelho da paz, por meio de Jesus Cristo. Este é o Senhor de todos”. O evangelho do reino é também o evangelho da paz. Por meio dele, judeus e gentios formam um só povo. O evangelho não faz distinção entre judeus e gentios, ricos e pobres, doutores e analfabetos. É endereçado a todos os homens, de todos os estratos sociais, de todos os estofos culturais, de todas as classes políticas. É o evangelho da paz, pois onde ele é proclamado, aí os homens são reconciliados com Deus e com o próximo. Onde o evangelho da paz é crido, cessam as guerras e conflitos dentro dos homens e entre os homens. Onde o evangelho da paz entra, ele produz paz com Deus, pois por meio de Cristo, todo aquele que crê, é reconciliado com Deus e feito filho de Deus. O evangelho da paz não é outro evangelho distinto do evangelho do reino; é o mesmo evangelho anunciado por meio de Jesus Cristo, o Senhor de todos. À parte de Cristo não existe boas novas aos homens. Jesus Cristo é a própria essência do evangelho. Ele é o conteúdo do evangelho. O evangelho não é apenas uma coletânea de doutrinas; é, sobretudo, uma pessoa. É Jesus, o Senhor de todos.

Em terceiro lugar, o evangelho da promessa (At 13.32). “Nós vos anunciamos o evangelho da promessa feita a nossos pais”. O evangelho do reino é, também, chamado de evangelho paz e evangelho da promessa. O evangelho não começou quando Jesus veio ao mundo. Ele foi prometido desde a eternidade. Foi proclamado por Deus no jardim do Éden. Ele foi preanunciado pelos patriarcas nas priscas eras. Foi proclamado altissonantemente pelos profetas. Há, aqui, uma estreita conexão entre a antiga aliança e a nova aliança. Os que viveram antes de Cristo, olharam para frente, para o Messias que havia de vir; nós que vivemos depois de Cristo, olhamos para trás, para o Messias que já veio. O Cristo da profecia é o Jesus histórico. Nossos pais creram no Cristo da promessa; nós cremos no Jesus da história. Jesus é o grande elo que liga os dois testamentos. Ele é o conteúdo e a essência de ambos. Só existe um evangelho desde o início até o fim da história. Este é o evangelho do reino, o evangelho da paz, o evangelho da promessa, o evangelho da nossa salvação. A salvação foi planejada na eternidade e executada no tempo. Deus nunca mudou seu método de salvar o homem. Sempre foi, em todos os tempos, em todos os lugares, e para todos os homens, o mesmo método. O homem é salvo por Cristo, por meio do evangelho, o evangelho do reino, o evangelho da paz, o evangelho da promessa!

Texto de: Rev. Hernandes Dias Lopes

terça-feira, 27 de setembro de 2016

O amor, o maior de todos os argumentos - Rev. Hernandes Dias Lopes


“Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13.34,35).

Francis Schaeffer definiu o amor como a apologética final, o argumento irresistível e irrefutável. Jesus está no cenáculo, dando suas últimas instruções a seus discípulos, quando falou para eles sobre esse novo mandamento. Três verdades são aqui destacadas:
Em primeiro lugar, o amor é o maior de todos os argumentos pela sua natureza. “Novo mandamento vos dou…”. Amar ao próximo era um mandamento antigo. Era a própria essência da lei de Deus e o seu cabal cumprimento. Porém, Jesus fala de um novo mandamento, porque trata do amor sob uma nova perspectiva. A lei ensinava a amar o próximo como a si mesmo, mas aqui Jesus vai além e fala de um amor transcendente, que ultrapassa a fronteira do amor próprio. Esse novo mandamento fala de um amor que ninguém conhecia até então e ninguém podia praticá-lo senão pelo poder de Jesus e pela influência de seu exemplo. Não se trata do amor natural pelo próximo nem do amor que existe entre os membros de uma família. Esse amor é totalmente novo e, por isso, sua prática consiste na obediência de um novo mandamento.
Em segundo lugar, o amor é o maior de todos os argumentos pelo seu exemplo. “… que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei…”. Até então o homem conhecia o amor ao próximo como a si mesmo. Esse amor tinha limites e era regulado pelo amor a si mesmo. Jesus, porém, nos amou mais do que si mesmo. Ele nos amou e a si mesmo se entregou por nós. Ele nos amou e deixou a glória para habitar entre nós. Ele nos amou e vestiu pele humana e calçou as sandálias da humildade para servir-nos. Ele nos amou e andou por toda a parte fazendo o bem, libertando todos os oprimidos do diabo. Ele nos amou e por nós foi perseguido, traído e torturado. Ele nos amou e levou sobre si os nossos pecados, não levando em conta a ignomínia da cruz, pela alegria que lhe estava proposta. Ele nos amou e suportou morte e morte de cruz para nos dar a vida eterna. Ele nos amou se fez pecado por nós, para que nós fôssemos justificados. Ele nos amou e foi feito maldição por nós para que nós fôssemos benditos eternamente. Se ele nos amou e deu sua vida por nós, o amor consiste em amarmos aos nossos irmãos e darmos nossa vida por eles (1Jo 3.16).
Em terceiro lugar, o amor é o maior de todos os argumentos pelo seu resultado. “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros”. O amor vivido entre os irmãos transborda para além dessa fraternidade e alcança o mundo. O amor entre os irmãos tem um profundo impacto evangelístico. Quando o mundo olha para nós e vê o amor vivido mais do que o amor falado, precisa se curvar à realidade inegável de que somos discípulos de Jesus, aquele que por amor, sendo Deus se fez homem, sendo Senhor se fez servo, sendo rico se fez pobre. O amor é o sermão pregado aos olhos. O discurso do amor impacta mais os corações do que carradas de palavras desprovidas dele. O amor é a maior defesa do nosso discipulado. Não somos conhecidos como discípulos de Jesus pelo nosso conhecimento nem mesmo pelos nossos dons. Somos conhecidos como seus discípulos pelo amor. O amor é a prova dos nove, o argumento mais poderoso, a apologética final. Aqueles que amam nasceram de Deus, pois Deus é amor. Aqueles que amam são filhos da luz, andam na luz e são luzeiros num mundo de trevas. Que o nosso amor uns pelos outros seja a maior evidência da nossa fé e a nossa mais eloquente pregação aos olhos do mundo.

Texto de: Rev. Hernandes Dias Lopes

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Viva a Palavra


Como pode o jovem manter pura a sua conduta? Vivendo de acordo com a tua palavra. Eu te busco de todo o coração; não permitas que eu me desvie dos teus mandamentos. Guardei no coração a tua palavra para não pecar contra ti. Salmos 119:9-11


Estamos a cada dia pressionados pelas circunstâncias deste mundo. Cada dia uma nova descoberta, um mundo novo, sociedade que tem perdido seus valores elementares, pessoas em busca de prazeres ferem sua conduta ética e moral. Mas e nós como igreja, como podemos suportar esse mundo? Como podemos nos manter íntegros e puros?

O Salmo 119 fala sobre a Palavra de Deus. Sobre o valor dos mandamentos, da Palavra e de como a sua aplicação é de extrema importância para as nossas vidas. No texto que eu enfatizei acima, o Salmista faz uma pergunta: Como pode o jovem manter pura a sua conduta? E o mesmo já responde: Vivendo de acordo com tua palavra.

A Palavra não tem que se transformar para se adequar a nossa vida, nossa vida é que deve ser transformada pela Palavra. A palavra é viva, ela não muda perante as eras, céus e terra podem passar, mas a palavra de Deus permanece para sempre (Mateus 24:35). 

Josué em seu chamado ouviu de Deus: Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido. (Josué 1:8) Este conselho sem dúvida tornou Josué um dos grandes líderes que Israel já teve.

A falta de amor e dedicação à palavra com certeza é o maior mal que pode nos atingir. Quando deixamos a palavra de lado, abrimos espaço para as outras coisas a nossa volta. O mundo tem um banquete de coisas atraentes aos nossos olhos, mas só a palavra tem o alimento atraente e prazeroso para a nossa alma. 

Não há fórmulas mágicas para fugir de tentações ou para vencê-las. Só há um jeito para isso: Viver a palavra, guardá-la no nosso coração, tê-la como o maior amor de nossas vidas. O salmista diz no verso 47 do salmos 119: Tenho prazer nos teus mandamentos; eu os amo.

Ao encontrar o prazer na palavra, perdemos o prazer pela outras coisas. O mundo deixa de nos encantar e passamos a ser apaixonados pela pessoa atrás daquelas letras.

Quando abrimos a palavra vemos um Deus apaixonado por nós, capaz de dar seu único filho por nós. Vemos esse filho olhando para nós e nos aconselhando, dizendo que no mundo teremos aflições, mas que não devemos temer, pois, Ele venceu o mundo (João 16:33).

Uma certeza que tenho, é que quando deixamos a palavra nos ler, quando nos deixamos ser mudados pelo Homem atrás daquelas letras, temos a certeza de um futuro. Um futuro eterno ao lado do Deus apaixonado por nós.

Que você valorize e seja apaixonado pelas escrituras. A Bíblia é o livro mais lido do mundo, mas infelizmente é o livro menos praticado. Mas, nós podemos e vamos mudar esse quadro. Deus está levantando uma geração apaixonada pela sua palavra e pelos seus conselhos. Eu creio que eu e você somos essa geração de apaixonados.

Queres ser íntegro? Queres ser puro? Queres ter a conduta que agrada a Deus? Viva a palavra. Não só leia, não só decore versículos, mas viva a palavra. Tenha sua vida pautada nas escrituras. 

Que Deus te abençoe!


Francis Müller F. Romim

Revisado por: Lorena S. Mariano

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Quero ficar em sua casa


"Quando Jesus chegou àquele lugar, olhou para cima e lhe disse: "Zaqueu, desça depressa. Quero ficar em sua casa hoje". Então ele desceu rapidamente e o recebeu com alegria." Lucas 19:5,6



Nada mudou. Jesus continua sendo o mesmo, e continua dizendo a mesma coisa, hoje me convém pousar em tua casa. Mas nós, temos feito o que Zaqueu fez? Temos lançado nosso orgulho ao chão e procurado ver Jesus? 

Jesus continua fazendo o mesmo convite, mas nós por muitas vezes não fazemos como Zaqueu. Zaqueu era um homem rico, chefe dos publicanos (coletores de impostos), homem tratado pelo povo como pecador, afinal era um israelita que trabalhava em prol dos romanos, e o povo de Israel estava vivendo sobre o jugo dos Romanos.

Zaqueu ao subir na arvore tomou a atitude mais nobre que poderia ter tomado, a atitude de reconhecer que ele era pequeno e que precisava ver o mestre. Precisava olhar para aquele que poderia modificar sua vida. Poderia modificar seu futuro.

Zaqueu quebrou seu orgulho ao subir naquele árvore, e penso que essa atitude foi o que tocou o coração de Jesus. Jesus em uma certa ocasião disse que era muito difícil um rico entrar no reino dos céus (MT 19:23 e 24), creio que ver um rico como Zaqueu tomar aquela atitude perante Ele, tocou-o de uma extrema forma que Jesus quis ficar em sua casa.

Em Apocalipse 3, versículos de 17 à 20, vemos uma advertência á igreja de Laodicéia, igreja esta que passava a visão de ser uma coisa, mas na verdade era totalmente diferente, vejamos: "Você diz: Estou rico, adquiri riquezas e não preciso de nada. Não reconhece, porém, que é miserável, digno de compaixão, pobre, cego e que está nu. Dou-lhe este aconselho: Compre de mim ouro refinado no fogo e você se tornará rico; compre roupas brancas e vista-se para cobrir a sua vergonhosa nudez; e compre colírio para ungir os seus olhos e poder enxergar. Repreendo e disciplino aqueles que eu amo. Por isso, seja diligente e arrependa-se. Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo."

Não é a riqueza que Jesus censura, é o orgulho que esta traz. Não está na falta de dinheiro a salvação, ou no excesso de dinheiro a sua condenação. Não, está no deixar o dinheiro falar mais alto em suas decisões, está em deixar ser controlado pelas finanças. "Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará a um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro". Mateus 6:24

Querido, a atitude que Deus espera é de reconhecer que não há valores neste mundo que paguem o valor de ter Jesus em sua casa. Zaqueu não chegou até Jesus pelo seu dinheiro, não pagou para que Jesus achegasse até ele, não pagou a ninguém para abrir a multidão para ele passar. Creio que na hora que Jesus passava, Zaqueu nem lembrou de seu dinheiro, para ele a única coisa que importava naquele momento era ver Jesus passar.

Quantas vezes as crises financeiras nos atrapalham a ver Jesus? Inúmeras vezes colocamos os nossos olhos na crise e tiramos os nossos olhos de Cristo. Mas em meio a uma multidão de problemas, Deus quer uma atitude sua: Largar tudo e subir a um lugar para vê-lo.

Em que lugar você está hoje? Esta dentro do conforto de sua casa, está procurando um lugar pra ver Jesus ou está no meio da multidão de problemas que não te deixa vê-lo? Eu não sei qual tem sido o seu lugar escolhido, eu só sei que Cristo quer ficar em sua casa, mas para isso você precisa se colocar no lugar de acesso a Ele.

Jesus sabia de todas as coisas, convinha que Jesus passasse por Jericó, convinha que Jesus desse uma lição para aquele povo: O filho do homem veio para salvar e buscar o que havia se perdido (LC 19:10). Mas, nada disso teria acontecido se Zaqueu não tivesse tomado a decisão de subir em uma árvore para ver Jesus passar.

Ele continua sendo o mesmo, continua tendo o desejo de levar salvação até a sua casa (LC 19:9), mas quem você tem sido? Um orgulhoso que só olha para seu próprio umbigo, ou alguém que reconhece sua pequena estatura, como Zaqueu reconheceu, e sobe na árvore?

Deixe seu orgulho de lado, deixe o amor as coisas terrenas de escanteio, busque ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto (IS 55:6), pois fazendo isso, Jesus entrará em sua casa e ficará contigo.

Que Deus te abençoe!


FRANCIS MÜLLER FONSECA ROMIM


REVISADO POR: LORENA S. MARIANO


quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Com tudo o que possuis, adquire a unção - Leonard Ravenhill



Na igreja moderna, a reunião de oração é uma espécie de Cinderela. Essa serva do Senhor é desprezada e desdenhada porque não se adorna com as pérolas do intelectualismo, nem se veste com as sedas da Filosofia; nem se acha ataviada com o diadema da Psicologia. Mas se apresenta com a roupagem simples da sinceridade e da humildade, e por isso não tem receio de se ajoelhar.
O “mal” da oração é que ela não se acha necessariamente associada a grandes façanhas mentais. (Não quero dizer, porém, que se confunda com preguiça mental). A oração só exige um requisito: a espiritualidade. Ninguém precisa ser espiritual para pregar, isto é, a preparação e pregação de um sermão perfeito segundo as regras da homilética e com exatidão exegética, não requer espiritualidade. Qualquer um que possua boa memória, vasto conhecimento, forte personalidade, vontade, autoconfiança e uma boa biblioteca pode pregar em qualquer púlpito hoje em dia. E uma pregação dessas pode sensibilizar as pessoasmas a oração move o coração de Deus. A pregação toca o que é temporal; a oração, o que é eterno. O púlpito pode ser uma vitrine onde expomos nossos talentos; o aposento da oração, pelo contrário, desestimula toda a vaidade pessoal.
A grande tragédia de nossos dias é que existem muitos pregadores sem vida, no púlpito, entregando sermões sem vida, a ouvintes sem vida. Que lástima! Tenho constatado um fato muito estranho que ocorre até mesmo em igrejas fundamentalistas: a pregação sem unção. E o que é unção? Não sei. Mas sei muito bem o que é não ter unção (ou pelo menos sei quando não estou ungido). Uma pregação sem unção mata a alma do ouvinte, em vez de vivificá-la. Se o pregador não estiver ungido, a Palavra não tem vida. Pregador, com tudo que possuis, adquire unção.
Irmão, nós poderíamos ter a metade da capacidade intelectual que possuímos se fôssemos duas vezes mais espirituais. A pregação é uma tarefa espiritual. Um sermão gerado na mente só atinge a mente de quem a ouve. Mas gerada no coração, chega ao coração. Um pregador espiritual, sob o poder de Deus, produz mentalidade espiritual em seus ouvintes. A unção não é uma pombinha mansa esvoaçando à janela da alma do pregador; não. Pelo contrário; temos que batalhar por ela e conquistá-la. Também não é algo que se aprenda; é bênção que se obtém pela oração. Ela é o prêmio que Deus concede ao combatente da fé, que luta em oração, e consegue a vitória. E não é com piadinhas e tiradas intelectuais que se chega à vitória no púlpito, não. Essa batalha é ganha ou perdida antes mesmo de o pregador pôr os pés lá. A unção é como dinamite. Não é recebida pela imposição de mãos, nem tampouco cria mofo se o pregador for lançado numa prisão. Ela penetra e permeia a alma; abranda-a e tempera-a. E se o martelo da lógica e o fogo do zelo humano não conseguirem quebrar o coração de pedra, a unção o fará.
Que febre de construção de templos estamos presenciando hoje. No entanto, sem pregadores ungidos, o altar dessas igrejas não verá pecadores rendidos a Cristo. Suponhamos que todos os dias diversos pescadores saiam para o alto-mar com seus barcos, levando o mais moderno equipamento que existe para o exercício desse ofício, mas retornem sempre sem apanhar um só peixe. Que desculpa poderiam dar para tal fracasso? No entanto é isso que acontece nas igrejas. Milhares delas estão abrindo as portas dominicalmente, mas não vêem conversão. Depois tentam encobrir sua esterilidade interpretando textos bíblicos a seu bel-prazer. Mas a Bíblia diz: “Assim será a palavra que sair da minha boca; não voltará para mim vazia…”
E o mais triste em tudo isso é que o fogo que devia haver nesses altares encontra-se apagado ou arde em combustão muito lenta. A reunião de oração está morrendo ou já morreu. Com a atitude que temos em relação à oração, estamos dizendo ao Senhor que o que ele começou no Espírito, nós terminaremos na carne. Qual é a igreja que pergunta a um candidato ao ministério quanto tempo ele passa diariamente em oração? A verdade é que o pregador que não passa pelo menos duas horas por dia em oração, não vale um vintém, por mais títulos que possua.
A igreja hoje se acha como que postada na calçada assistindo, entre aflita e frustrada, à parada dos maus espíritos de Moscou, que marcham pomposamente no meio da rua respirando ameaças contra “tudo que é amável e de boa fama”. Além disso, no lugar da regeneração, o diabo colocou a reencarnação; no lugar do Espírito Santo, os espíritos-guias; no lugar do verdadeiro Cristo, o anticristo.
E o que a igreja tem para contrapor aos males do comunismo? Onde está o poder espiritual? A impressão que se tem é que, ultimamente, uma forte sonolência tomou o lugar da oposição religiosa, nos púlpitos e também nas publicações evangélicas. Quem hoje batalha “diligentemente pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos”? Onde estão os combatentes divinamente ungidos de nossos púlpitos? Os pregadores que deviam estar “pescando homens”, parecem estar pescando mais é o elogio deles. Os que costumavam espalhar a semente, agora estão colecionando pérolas intelectuais. (Imagine só, semear pérolas num campo!)
Chega dessa pregação estéril, espiritualmente vazia, que é ineficaz, porque foi gerada num túmulo e não num ventre, e se desenvolveu numa alma sem oração, sem fogo espiritual! É possível alguém pregar e ainda assim se perder; mas é impossível orar e perecer. Se Deus nos chamou para o seu ministério, então, prezados irmãos, insisto em que precisamos de unção. Com tudo que possuis, adquire a unção, senão os altares vazios de nossas igrejas serão exemplos vivos de nosso intelectualismo ressequido.
Leonard-Ravenhill
Leonard Ravenhill (1907-1994) foi um escritor e evangelista cristão britânico que focalizava em assuntos como oração e avivamento. É mais conhecido por desafiar a igreja moderna e seu mais notável livro é “Por Que Tarda o Pleno Avivamento?” Amigo próximo do pastor e escritor A.W. Tozer. Através de seu ensino e de seus livros, Ravenhill abordou as disparidades que ele percebia entre a Igreja do Novo Testamento e a Igreja moderna e apelou para a adesão aos princípios do reavivamento bíblico.Capítulo do Livro “Por Que Tarda O Pleno Avivamento.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Aprendendo com as etapas


"Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar, e nada se lhe deve tirar; e isto faz Deus para que haja temor diante dele." Eclesiastes 3:14


Tudo que Deus faz é perfeito! Não há nada que nosso Pai não conheça, nada que não esteja sobre a visão e a mão dele. 

Este capitulo de Eclesiastes é muito utilizado para mostrar que há tempo para todas as coisas (Ec. 3:1), mas esse versículo 14 me chama muita atenção, pois tudo o que Deus faz durará eternamente.

Deus tem um plano para cada um de nós, ele escreveu a nossa história através de gotas de sangue naquela cruz, e o seu desejo é que nossa história dure eternamente. Este é o plano! Sempre foi este o plano! Plano para o homem viver eternamente com Ele.

Mas Deus não nos deixa obrigado a seguir esse plano. Ele nos deu livre arbítrio para escolhermos se nos submeteremos a este plano ou traçaremos um outro plano para nós. Escolher entre o plano eterno de Deus, ou o plano de morte eterna. A escolha sempre foi, e sempre será nossa.

Por muitas vezes nós queremos dar "um jeitinho" para Deus. Escolhemos usar a força dos nossos braços para acrescentar ou tirar coisas de nossas vidas, coisas que nosso Pai Celestial colocou para aquele momento. As vezes queremos vencer nossas guerras e provas através do nosso entendimento, ou do nosso vigor físico, usando nossas armas. O rei Davi sabia que não era pela força do seu braço que ele venceria as batalhas, e ele deixa bem claro diversas vezes, como quando vai enfrentar Golias, relatado em 1 Samuel 17, versículos 45 e 46: "E Davi disse ao filisteu: "Você vem contra mim com espada, com lança e com dardo, mas eu vou contra você em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem você desafiou. Hoje mesmo o Senhor o entregará nas minhas mãos, e eu o matarei e cortarei a sua cabeça. Hoje mesmo darei os cadáveres do exército filisteu às aves do céu e aos animais selvagens, e toda a terra saberá que há Deus em Israel." No Salmos 20, versículo 7 e 8 ele diz: "Alguns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós confiamos no nome do Senhor nosso Deus. Eles vacilam e caem, mas nós nos erguemos e estamos firmes."

Nós não precisamos acrescentar nada aos planos de Deus, não precisamos colocar os nossos braços, mas sim desfrutar dos processos. Cara, Deus ama os processos! Toda história de Israel é baseada em processos. Há o tempo em que Abraão foi escolhido, o tempo da migração pro Egito, tempo de libertação, tempo de guerras para conquistas, tempo de paz, tempo de exílio, tempo de restauração. É assim também conosco, precisamos aceitar e viver os processos, não podemos pular as etapas. 

Saul pulou etapas. Não quis esperar até o final do dia para que Samuel chegasse e fizesse o sacrifício. Por pular etapas, ele perdeu o reino.

Não pule etapas querido, não acrescente ou tire nada que não deva ser tirado ou acrescentado. Não use as forças do seu braço. Descanse e confie no Deus onisciente, aquele que sabe todas as coisas. Ele sabe o que é o melhor pra você.

Não deixe a ansiedade te dominar, antes, lance sobre ele toda sua ansiedade porque ele tem cuidado de você (1 Pedro 5:7), entregue os seus fardos a Deus e tome para si o jugo suave e o fardo leve que só ele pode dar (Mateus 11:30). 

Aprenda a encontrar Deus em cada etapa. Em cada ciclo há um ensinamento e um cuidado de Deus. Ele não nos abandona nem quando estamos passando por desertos. A promessa dele nunca foi de que ficaríamos sós, pelo contrário, Jesus quando vai partir deixa a seguinte promessa: "E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Conselheiro para estar com vocês para sempre, o Espírito da verdade. O mundo não pode recebê-lo, porque não o vê nem o conhece. Mas vocês o conhecem, pois ele vive com vocês e estará em vocês. Não os deixarei órfãos; voltarei para vocês. João 14:16-18

Desfrute da presença de Deus em cada tempo, para que você e as pessoas ao seu redor possam ver a boa mão de Deus, as provisões, as lições que Ele vai te dar. Isso produzirá em você e em quem estiver ao seu redor, temor por Ele e pelos seus grandes feitos.

Viva os processos! Encontre Deus em tudo! Ele sempre esteve e sempre estará ao seu redor! Seus olhos sempre estarão sobre você! 

Para finalizar, entenda uma coisa, nossa vida é feita de etapas e ciclos. Esteja atento ao término de cada etapa e ciclos. Não tente abri-los novamente, ou se martirizar por um fechamento de ciclo. Quando um ciclo se fecha, outro se abre, se você ficar se martirizando ou olhando para trás, terá perdido tempo de desfrutar de um novo momento. Como eu disse anteriormente, não use sua força para acrescentar, nem tirar, mas desfrute dos momentos. Não faça como a mulher de Ló que não desfrutou de um novo momento, mas, antes, olhou para trás e virou uma estátua de sal (GN 19:26).

Que Deus te abençoe em cada nova etapa, em cada novo ciclo.


Francis Müller F. Romim


Revisado por: Lorena S. Mariano



segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Guarda o que tens



Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra.

Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa. Apocalipse 3:10,11



O que você tem guardado? Qual coroa você tem buscado? A palavra de Deus tem sido guardada em seu coração? Essas perguntas, certamente definem o seu destino, vida ou morte, céu ou inferno, salvação ou perdição. Se Deus voltasse hoje qual seria o seu destino?

Uma coisa que tenho percebido ao conversar com as pessoas, sejam elas cristãs ou não, é que perdemos o anseio pelo céu. Pensamos tanto nesse mundo que esquecemos de lembrar e trabalhar para viver o que realmente importa.


Vemos o céu só como algo longe, um futuro, sendo que o céu é tudo em nossa vida, é a nossa origem, nosso lar e nosso destino, passado, presente e futuro.


Pensamos e buscamos uma coroa corruptível (I CO 9:25), queremos a cada dia correr a corrida da vida, alcançando riquezas, promoções, uma vida sentimental que me traz felicidade, muitos amigos, e etc., mas esquecemos de correr a corrida da fé, e cada vez mais deixamos a corrida que leva a coroa incorruptível.


Paro pra pensar e a fazer uma auto-avaliação, e quantas vezes eu já deixei meu coração enganoso me guiar, quantas vezes as minhas vontades foram obedecidas, quantas vezes não procurei o conselho do melhor conselheiro que é Cristo. 


Davi no Salmos 119, versículo 11 declara que escondeu a palavra no seu coração, para não pecar contra Deus, no verso 33 ele diz: Ensina-me, ó Senhor, o caminho dos teus estatutos, e guardá-lo-ei até o fim. 


Davi pecou, foi homem como nós, errou, vacilou, mas Davi guardou a palavra em seu coração, como seu maior tesouro, como lâmpada para seus pés (SL 119:105). Davi entendia que seu maior tesouro, a sua coroa, era guardar a palavra da Salvação para não pecar contra o Senhor.

Guardar a palavra em nosso coração nos encoraja a prosseguir em meio as tentações e provas que passamos. Quantas vezes em meio as provas relembrar a palavra nos deu um novo ânimo, um novo gás para prosseguir e não desistir. A palavra é doce, é viva e eficaz, o evangelho é o que nos traz paz, nos traz certeza, e nos traz à memória aquilo que pode nos dar esperança (LM 3:21).

Querido, ao analisar o que Faraó fez para que o povo permanecesse no Egito, vemos que a primeira atitude foi aumentar o trabalho, aumentar as distrações, para Ele o povo estava sem nada pra ocupar a mente por isso jogou mais trabalho. A segunda decisão de Faraó foi pedir para que não se afastassem muito. Faraó queria que eles estivessem perto, para caso o povo quisesse fugir, ele tivesse como recuperar o povo.

A terceira decisão foi querer manter as mulheres e os filhos no Egito. Assim o povo teria que voltar para buscar suas esposas e filhos e a ultima decisão foi ordenar que o gado ficasse, assim, o povo poderia ir mas o gado teria que ficar (lembrando que os animais do Egito tinham sido destruído pelas pragas).

Nada mudou nesses últimos tempos. O Diabo tem usado as mesmas táticas usadas por Faraó, Ele tem colocado distrações para tirar nosso foco (trabalhos, afazeres, compromissos), depois tem tentado fazer com que você fique na igreja mas com a cabeça do lado de fora, sacrificando mas perto do Egito (mundo). Não cansando, o Diabo tenta tocar em nossas famílias, nos nossos relacionamentos familiares, e por fim ele toca nas nossas finanças e na nossa adoração (O gado além de um bem financeiro, também era usado para sacrificar, o que era a adoração daquele tempo).

Querido, as bandejas estão ai, Jesus está as portas, guarde sua coroa, guarde este prêmio que é a salvação, concedida a ti pela Graça. Graça de um Deus que não poupou seu único filho, antes deu o que de maior Ele tinha para que eu e você pudêssemos desfrutar das suas riquezas infindáveis.

O inimigo das nossas almas está as portas, para matar, roubar e destruir, está pronto para tomar a sua coroa, por isso esteja vigilante, esteja alerta, faça como Davi, guarde a palavra do Senhor em seu coração, guarde-a até o fim, assim ninguém tomará a sua coroa, pois maior é o que está conosco do que o que está no mundo.

"Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam.
Mas acumulem para vocês tesouros no céu, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam.
Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração." Mateus 6:19-21


Querido, que sua vida seja para buscar os tesouros dos céus, guardando a sua coroa incorruptível que as traças não podem destruir, que ladrões não podem tomar, sabendo que buscando o reino dos céus em primeiro lugar, as outras coisas nos serão acrescentadas. 

Que Deus te abençoe!



FRANCIS MÜLLER F. ROMIM


REVISADO POR: LORENA S. MARIANO

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Perdão, a assepsia da alma - Hernandes Dias Lopes


“… assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós” (Cl 3.13)

O perdão é uma decisão difícil de se tomar. Talvez, a mais desafiadora da vida. Entretanto, a mais necessária. Perdão é recusar manter os registros negativos do próximo. É apagar da memória os agravos recebidos. É zerar a conta do devedor, mesmo quando o saldo negativo é assaz vultoso. É atenuar a culpa do desafeto e depois apagá-la. Por isso, o perdão é um ato de misericórdia e não uma reivindicação de justiça. É tratar o próximo como Deus nos trata. É perdoar como Deus nos perdoa.
A ausência de perdão torna a vida um flagelo e coloca a alma num cárcere. Guardar mágoa é cobrir a mente de fuligem e o coração de insuportável amargor. Sendo assim, perdoar é uma necessidade de sobrevivência. Por não sermos perfeitos nem convivermos com pessoas perfeitas, teremos queixas uns dos outros. As pessoas nos decepcionam e nós decepcionamos as pessoas. Elas nos ferem e nós as ferimos. Elas nos magoam e nós as magoamos. Onde falta perdão, portanto, o ambiente torna-se pesado, os sentimentos ficam esgarçados e a alma adoecida. Quem não perdoa fecha a porta da graça com suas próprias mãos, pois quem não perdoa não pode ser perdoado. Quem não perdoa interrompe sua comunhão com Deus, a fonte da vida, pois a mágoa interrompe as orações e cerra sobre nossa cabeça as janelas do céu. A ausência de perdão nos priva do maior dos privilégios, adorar a Deus. A falta de perdão adoece o corpo, atormenta a mente e desassossega a alma.
Perdoar não é uma opção, mas um imperativo. Não é uma escolha, mas um dever. Mas até quando perdoar? Até sete vezes? Não, até setenta vezes sete! O perdão é ilimitado. Onde há arrependimento, aí o perdão deve se estabelecer. Onde há quebrantamento, aí o perdão oferece cura. Onde há choro, aí o perdão traz alegria. O perdão é o remédio para as feridas da alma, o bálsamo para os traumas da vida, a assepsia para a infecção generalizada da mágoa.
O perdão não é natural. É uma expressão da graça. A não ser que o próprio Deus nos capacite, reteremos a mágoa e não liberaremos o perdão. A não ser que o óleo terapêutico do Espírito umedeça o nosso coração, ele se tornará cada vez mais duro e insensível. A não ser que Deus aumente nossa fé, crescerá ainda mais dentro de nós a erva daninha do ressentimento e nossa vida tornar-se-á um campo de urtigas e espinheiros.
A mágoa não é apenas o resultado inglório da insensatez do próximo contra nós, mas nossa reação negativa e perversa diante do que nos foi feito. Quando alimentamos ranço no coração, tornamo-nos iguais àqueles que nos feriram. Pagamos a eles com a mesma moeda. Em vez de vencermos o mal com o bem, somos duplamente derrotados pelo mal. A mágoa é assaz perigosa, pois em vez de estancarmos a hemorragia provocada pelas feridas que nos foram desferidas, abrimos novas feridas em nós e nos outros. Em vez de construirmos pontes de reconciliação, cavamos mais abismos de separação. Em vez de imitarmos a Jesus, que perdoou seus algozes, calçamos as sandálias do próprio acusador, e desferimos contra o próximo, golpes ainda mais violentos.
O perdão é o caminho da cura e o remédio eficaz para uma alma ferida pelo ódio. O perdão é maior do que ódio. O perdão suplanta o ódio. O perdão triunfa sobre o ódio. O perdão tira a alma do calabouço da mágoa. Arranca o coração da prisão insalubre dos ressentimento e promove a liberdade de amar quem não merece ser amado. O perdão nos torna parecidos com Deus, a fonte do amor e o exemplo superlativo da compaixão. O perdão nos coloca num relacionamento certo com Deus, com o próximo e com nós mesmos. O perdão é a assepsia da alma, a cura da mente, a alforria do coração!

Rev. Hernandes Dias Lopes