“Tudo
fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do
homem…” (Ec 3.11).
O
que existe, existe porque Deus criou. Deus não apenas fez do nada tudo o que
existe, mas fez com refinada formosura. Dentre as coisas belas que Deus fez, o
homem criado à sua imagem e semelhança, foi a obra mais bela. Somos a obra
prima do criador, o arremate da criação. O universo com toda a sua vastidão, os
céus dos céus com toda a sua magnitude e as galáxias incontáveis com toda sua
miríade de luzeiros, não refletem tanto a majestosa criação divina como o
homem. Este sim, é a coroa da criação. O homem foi feito para ter comunhão com
o criador. Foi criado para adorar a Deus e deleitar-se nele. Por isso, Deus
colocou a eternidade no seu coração. Que
implicações tem essa verdade magna?
Em primeiro lugar, o homem foi criado para a transcendência. As coisas que vemos e apalpamos, por mais raras, por mais
nobres e por mais caras não podem atender aos reclamos de nossa alma. Bens
terrenos, prazeres efêmeros, conquistas financeiras não preenchem o vazio do
nosso coração. Fomos criados para alturas mais excelsas. Fomos feitos para
aspirações mais sublimes. Temos em nós não apenas as digitais do criador, mas
também, sua própria natureza. Fomos criados como seres morais e espirituais.
Fomos feitos para nos relacionarmos com Deus, amá-lo e frui-lo. Só o que é
transcendente pode satisfazer aos anseios mais profundos do nosso ser.
Em segundo lugar, o homem foi criado para a eternidade. Deus criou anjos, homens e animais. Os anjos são espíritos,
mas não têm corpo. Os animais têm corpo, mas não têm espírito. O homem tem
corpo e espírito. É um ser físico e espiritual. Tem iminência e transcendência.
Pertence ao tempo, mas ruma para a eternidade. Vive na história, mas seus olhos
miram o que está para além da história. A mote não pode colocar um ponto final
em sua existência. Deus colocou a eternidade em seu coração. Sua existência não
se limita ao breve percurso do berço à sepultura. A eternidade está em seu
coração. Os luzeiros do tempo não podem iluminar os recantos de sua alma.
Em terceiro lugar, o homem foi criado para prazeres mais
elevados.
Quando a Bíblia diz
que Deus colocou a eternidade no coração do homem, está dizendo, também, que os
prazeres terrenos e temporais não podem satisfazer sua alma. Os prazeres desta
vida e as paixões carnais não saciam sua sede de prazer. As taças
transbordantes dos deleites deste mundo podem satisfazer o homem por um tempo,
mas depois entorpecem sua mente, anestesiam sua consciência e escravizam sua
vontade. Somente os prazeres espirituais, resultantes da comunhão com Deus
podem serenar sua alma, aquietar sua mente e transbordar de gozo o seu coração.
Uma vez que o homem foi criado por Deus e para Deus, somente o próprio Deus
pode dar sentido à sua vida.
Em quarto lugar, o homem foi criado para a vida eterna. Aqueles que investem apenas nesta vida são loucos. Aqueles
que buscam o sentido da vida nas aventuras da embriaguez, ou na instabilidade
das riquezas, ou nas aventuras do sexo ou mesmo no glamour do sucesso descobrem
que todas essas conquistas não passam de vaidade. Tudo isso tem um brilho
fugaz, como a névoa. Nossa alma não encontra pouso certo senão nos braços de
Jesus. Nosso coração não encontra porto seguro, senão na posse da vida eterna.
Essa vida eterna não se compra com dinheiro nem se alcança por merecimento. A
vida eterna é uma oferta da graça de Deus, recebida mediante a fé em Jesus
Cristo. Somente o homem que tem a vida eterna é verdadeiramente feliz. Sua
bem-aventurança não se limita ao tempo, mas transborda para dentro da própria
eternidade.
Rev.
Hernandes Dias Lopes
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